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13.3.10

obesidade

Bom, o titulo já facilita muito o assunto desse post.
Falando sobre obesidade, a MINHA obesidade... Quando criança era magra, não do gênero palito mas magra, com 9 anos engordei digamos que cerca de 10 em 2 meses pouco antes da minha menarca e continuei aumentando depois.
Quado completei 10 anos fiz meu primeiro regime com auxilio de florais para diminuir o apetite e ansiedade era nova mas me lembro de sentir muita fome, lembro das três bolachas de água e sal acompanhadas de chá com adoçante e de como odiava isso o adoçante deixa um gosto horrível na boca e isso nunca me agradou. Creio que não preciso dizer que o regime não deu certo né? Logicamente não facilitei as coisas em nada já que sempre fui muito sedentária e nessa época eu passava o dia lendo estudando ou brincando com bonecas no jardim da casa.
Aos 12 para 13 anos, após perceber que o floral não me fazia nem cócegas partimos para um tratamento pesado incluindo inibidores de apetite e uma pomada que passava três vezes ao dia para firmar a pele que ficaria flácida com a velocidade que iria emagrecer... a promessa era boa mas com essa idade eu não estava nem pensando muito nisso só fui fazer porque sabia que faria bem. Nesse regime as coisas mudaram de figura não sentia fome alguma não só pelo inibidor mas também porque tinha de comer a cada três horas, fora a medicação e pomada eu entrei nas aulas de jazz e musculação mais a caminhada e voltas de bicicleta com a família isso fez uma revolução no meu corpo que não imaginava possível. Descobri que tinha cintura enquanto o corpo afinava e ficava firme, junto a isso veio a auto estima elevada o bom humor a confiança junto ao lado nerd da gordinha que se mantinha sempre como a primeira da turma... Não me lembro do manequim anterior a esse regime mas sei que fui parar no 38 largo e 36 justinho (o quadril sempre foi grande então não há muito como diminuir as medidas). Parei com a medicação aos 14 anos e mantive o mesmo peso do regime 53kg até meus 15 anos e meio, então após problemas de família acabei depressiva e engordando até atingir 72kg. Mais uma vez outro regime agora com o uso de inibidores e aceleradores de metabolismo combinados com injeções de queimadores de gordura localizada (não posso afirmar que se tratava de lipostabil porque nunca chequei na ampola) nesse regime já sabia que teria de malhar muito para secar os quilos extras e foi o que fiz, na semana que aplicava as injeções era preciso pegar leve nos exercícios e ficava com hematomas enormes por 7 dias mas em 4 meses estava definida e com 57kg usando do 38 justo ao 40 largo e bem satisfeita com isso pelo que me lembro... mudei de estado parei com o medicamento e academia mas começei a treinar vez ou outra atletismo então mantive o peso até meus 17 anos.

Novamente outra crise depressiva, sem malhar sem remédios sem animo para nada...  se foi parte da silhueta nada tão grave quanto das outras vezes voltei a pesar 74kg, o que comparado com das outras vezes não foi tão grave, mesmo assim ao me recuperar da crise me afundei na academia e tomava o famoso Desobesi voltei aos 67kg e manequim 42 e por incrível que pareça não estava obcecada em afinar mais porque a cintura estava bem marcada e o quadril razoavelmente grande coisa que sempre admirei em qualquer mulher, em casa ainda recebia criticas negativas que me fazia vez ou outra fazer pequenos regimes insanos mas nada que me prejudicasse significativamente, na mesma época passei a fumar então quando parei a medicação continuei magra mas isso não recomendo "fumar não é saudável, fede, tira o paladar... Tentar manter peso assim é burrice" não foi pra manter peso que fumei alguns anos mas enfim... Superei o mal hábito.


Me "casei" aos 20 junto a minha época de formatura na universidade... o que julgava o certo e a melhor coisa... Ahhh nada como conhecer alguém para deixar de admirar, foi exatamente assim primeiro o carinho foi diminuindo depois as brigas e ciumes por fim a pior crise depressiva que tive até hoje um ano e meio casada praticamente 8 meses em depressão. Numa viagem ao inferno com ele passei 40 dias num hotel sem nem sequer poder ir a piscina do mesmo porque ele não considerava justo já que estava lá a trabalho... indo direto ao ponto, 40 dias e 12kg a mais no meu corpo, na volta eu não tinha roupa que me service e comprei uma bermuda horrorosa que nem minha avó usaria, bermuda essa que ainda hoje eu odeio e minha mãe sempre quis tacar fogo rs. Não bastasse todo o peso extra que trouxe de Salvador onde fiquei hospedada todo esse tempo, ainda continuei engordando aos poucos tanto que chegou ao ponto de pensarem que eu estava grávida, sim eu virei uma bola! Meu lado sensato foi pra sei lá onde passava o dia jogava na cama esperando as horas passarem sem nem ao menos entender o que esperava, pode parecer estranho mas durante esse tempo não me olhava no espelho então era como se ignorasse o fato de estar cada vez mais roliça, levei um susto tão grande quando me arrumaram um emprego e fui no armário pegar uma roupa apresentável para ir a entrevista que chorei quando me vi no espelho, o rosto redondo com aquele queixo duplo acompanhado de braços enormes, evitei olhar a barriga já que estava na hora de ir e não seria bom chegar no local toda inchada de tanto chorar... todos os dias passei a me olhar e lamentar mas não fazia nada além disso. As brigas cada vez mais frequentes só parava de chorar no trabalho... Descobri forças que pensei ter perdido quando me tornei submissa a extremo e me separei levando comigo 107kg.


Hoje com 23 anos e meio, um pouco mais sensata, solteira e nem tão depressiva assim na maior parte do tempo, ainda sedentária em 65% do meu tempo e com 93kg ainda lutando para me encontrar de novo... Eu que concordo com o fato de ter um lado emocional e ou psicológico abalado e até mesmo destruído pode muitas vezes ser irreversível provei na própria pele o quanto real pode ser isso... Mas também sempre defendi a ideia de que força de vontade pode mudar o mundo, logo ainda resta uma esperança, se tudo vem ao seu tempo creio que o tempo de mudar é agora porque não tenho mais animo para me lamentar por tudo que deixei de ser.

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